terça-feira, 14 de junho de 2016

Provas

Não tenho estado muito ativo no blog, eu sei, mas a verdade é que por vezes a vida diária não corre como esperamos e temos alturas em que andamos mais "ausentes" e é assim que posso caracterizar a minha vida desportiva e profissional nos últimos tempos. 
  
  As duas primeira provas que fiz, foram a de Murça e Lousã. Em Murça, uma queda na primeira especial comprometeu logo toda a prova, foi daquelas quedas feias em que um pinheiro se meteu na minha frente e fez-me uma placagem no ombro. Muitas dores até final e problemas mecanicos na roda da frente, fizeram com que esta prova, não me tenha corrido bem em termos de resultados. Mas quedas e problemas fazem parte da prova e o que levei de Murça principalmente, foi curtir grandes trilhos, bom ambiente, excelente organização e conhecer a zona, principalmente em termos gastronómicos.
  Na Lousã, começou mal á partida por não ido fazer o reconhecimento do percurso. PEC 1 e 2, acabaram logo, com qualquer possibilidade de igualar o 28º lugar do ano passado. Uma queda novamente na PEC 1, partiu-me o cabo do reverb e entortei a corrente em 2 sitios, ainda fiz a PEC 2 e 3 e as ligações todas até à 4, mas como não me estava a divertir nada em termos de percurso, com as PEC muito mal tratadas e as ligações quase sempre a pedalar de pé por o espigão ter ficado bloqueado em baixo e ainda ouvir a corrente a  resmalhar e saltar nos carretos, fez-me desistir pela primeira vez numa prova de enduro. Ainda hoje acho que fiz a coisa certa...

Após todos os problemas mecanicos da Lousã, cheguei a casa, desmontei a bike toda e decidi fazer um overhaul. Esta situação fez com que tivesse de faltar à prova de São Brás de Alportel, que confesso também não tinha muita vontade de ir, pois tenho andado cansado de andar sempre de um lado para o outro (Leiria, Sintra, Mafra, Setubal, Beja, etc).

Chegada a altura de rumar a Terras de Bouro, combinei com o Pedro Rasquete sair na sexta feira de madrugada e desta forma andar no percurso, sexta, sábado e prova no Domingo. A coisa parecia bem mas correu ainda melhor, pois nos treinos de sexta, quando fazíamos uma das ligações mais duras, apanhamos boleia do pessoal do Vasconha Btt e com eles andamos o fim de semana todo. Entre copos, amizade e desporto, foi uma experiência brutal andar com eles.

Fiz a PEC 1,2 e 3 por três vezes e a 4 e 5 por duas vezes. Tudo correu bem sem quedas ou problemas mecânicos, senti que conhecia bem as PEC, mas acho que faltou fazê-las devagar para verificar linhas ou melhores opções.  Levantei o dorsal no sábado à tarde e era o numero 81, antes tinha encontrado o Diogo Mota que era o 108 e que na prova anterior segundo ele tinha ficado dois ou três lugares à minha frente, logo eu deveria ser o numero 105 no minimo. Fiquei intrigado com esta situação e como também só me tinham dado 2 autocolantes para as verificações técnicas  e deveriam ser 3, resolvi ir esclarecer as coisas. Primeiro fui mal recebido, em relação ás verificações técnicas disseram-me que não havia problema e que estavam a decorar a minha cara caso houvesse problema e em relação ao numero do dorsal, a rapariga que lá estava, com uma moral elevada perguntou-me se tinha comida? eu olhei para ela com cara de cú e rodei o olhar pelos restantes elementos da organização com a mesma cara, ainda hoje não percebi a piada, mas ela depressa me começou a explicar que os números mais altos eram dos atletas melhores classificados no ranking, etc. Comi e calei porque não era por ali que o gato iria ás filhozes, no entanto, partir junto com atletas mais lentos e apanhá-los a meio das especiais significa incrementar tempo no cronometro e foi o que aconteceu, apanhei  sempre 1 ou 2 companheiros nas PEC.
  
No Domingo, quando parti para a PEC 1, estava algo nervoso e falhei quase todas a trajectórias das primeiras curvas e cheguei a sair em frente numa. Lá me recompus e pensei, leva isto na desportiva e com flow sem stress, mal acabo de pensar isto a corrente sai e o stress voltou, tive de parar numa zona rápida para repor a corrente e o sentimento de tudo perdido apoderou-se de mim, logo tudo começou a correr mal, cheguei-me ao primeiro atleta que apanhei no percurso e cedo comecei a gritar para me ceder passagem, ao que ele ignorou por cerca de 100m, disse ele que não tinha condições de segurança para travar! :) só visto... mas acho que nem tudo foi mau e como a PEC era grande ainda deu para curtir até ao final.
  Na PEC 2, a mais temida pelo seu grau tècnico e velocidade, correu normalmente mas no final estava estafado e a acusar o desgaste de muito pedasl durante a semana. No final fiquei parvo como nos treinos não me tinha apercebido de que aquela PEC era tão fisica, estava mesmo estafado no final, porque sendo muito técnica também tinha muito pedal.



Entretanto na ligação da PEC 2 e 3, havia um farto abastecimento. Como estava mesmo muito calor, sai do abastecimento com o capacete meio atarrachado na cabeça e os oculos presos entre o dorsal e o guiador, a meio da ligação ouvi um barulho na transmissão mas pensei que era uma mudança mal encavada. Já a chegar à PEC3 verifiquei que não tinha os óculos e voltei ao sitio onde tinha antes ouvido o barulho na transmissão, assim que volto para trás estavam 3 brenhos a sair de um Opel Corsa de 1000 9 e troca o paço, todo tunning e com um lindo autocolante no vidro de trás com um raio e qualquer coisa a dizer tunning. Perguntei a um dos três barrigudos se tinha encontrado uns oculos na estrada, ao que ele olhou para um outro e este coçando os tomates disse-me que não, olhando para o chão...fiquei mesmo convencido e segui caminho pensando que não ia encontrar óculos nenhuns porque aqueles anormais mos tinham banhado.



A Pec 3 correu bem, apesar da falta de óculos na lama, das ultrapassagens (pó) e do facto de ter ficado sem travão atrás por desgaste prematuro das pastilhas penso eu...era de todas as PEC a que menos gostava mas até não correu mal.

PEC 4 e 5, muito boas, em que devido ao desgaste fisico e vontade de não cair, fizeram com que falhasse algumas linhas, drops e saltos, fazendo bosta nos sítios criticos.


No final fiquei em 41º da geral e 16º da classe, penso que não conseguiria fazer muito melhor. A organização esteve bem com as excepções que disse anteriormente e também pelo facto de ter havido falta de contacto e informação na fase das inscrições, tentei contactá-los de várias maneiras e não consegui. Outra falha que só hoje vi, é que eu só fui o 81 porque não me atribuíram classificação em Murça, não apareço na classificação no site, embora no dia da prova tivesse aparecido o meu nome na folha que publicaram no secretariado.


Agradeço ao Pedro Rasquete, pessoal do Vasconha BTT e Pedro Agnelo por me terem aturado nos seus transportes. Ao amigo Diogo Mota por ser sempre prestável e a todo o pessoal da loucura de sábado á noite! Grande fim de semana!!!